Cinco problemas dos cursos de Enfermagem a Distância

Cinco problemas dos cursos de Enfermagem a Distância


Publicado em: 16/01/2017 18:01 | Autor: 337

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Uma das principais ações dos Conselhos de Enfermagem tem sido priorizar uma formação adequada dos profissionais a enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem. Para alertar sobre os perigos que uma formação a distância pode ocasionar a alunos e pacientes, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) lançou uma campanha nas redes sociais pela valorização dos cursos da área.

Ao longo dos anos, a atuação do profissional de Enfermagem foi beneficiada pelos avanços tecnológicos, pesquisas, novas descobertas e diversas práticas facilitadoras. O Cofen não acredita que os cursos de Saúde em EaD possam mostrar aos seus estudantes a realidade que o profissional irá enfrentar. Ações ao lado do paciente e família são essenciais para a formação do profissional de Enfermagem que exige o contato face a face com os pacientes.

Sem laboratórios, biblioteca ou condições mínimas de apoio, a maioria dos polos dos cursos de graduação em enfermagem a distância não garantem segurança e qualidade na formação, nem tampouco condições mínimas legalmente exigidas para a formação do profissional.

Em 2015, foi realizada a operação EaD, para verificar in loco as condições de formação oferecidas pelos cursos de Graduação em Enfermagem a distância. Veja os cinco principais problemas que foram identificados:

1) Insuficiência de estruturas mínimas nos polos presenciais, inclusive bibliotecas e laboratórios para disciplinas como anatomia, bioquímica, fisiologia, microbiologia, imunologia, parasitologia, entre outros. Faltam equipamentos como microscópios, estufas, fotômetros, vidrarias e outros insumos necessários para as aulas práticas exigidas por lei. Também não foram encontrados, na maioria dos polos, laboratórios específicos de Enfermagem, imprescindíveis à formação do Enfermeiro, bem como convênios para o estágio.

2) Existência de cursos clandestinos, ofertados por Institutos de Ensino Superior que não têm sequer registro junto ao Ministério de Educação. Trata-se de ter autorização para o funcionamento.

3) Descompasso entre oferta de cursos e as necessidades da Saúde da população. O mercado de trabalho dos municípios não tem capacidade de absorver nem mesmo uma ínfima parcela dos graduandos ou sequer oferecer práticas de estágio necessárias à formação.

4)  Descumprimento de exigências legais. Um dos requisitos de formação definidos pelo próprio Ministério de Educação é o aprendizado em atividades práticas e Estágio Supervisionado, conforme a Resolução CNE/CES Nº 04/2001 e o Decreto 5722/2005. Para Enfermagem, as Diretrizes Curriculares Nacionais exigem carga horária mínima de 4 mil horas integralizadas em cinco anos, o que, muitas vezes, nao é cumprido.

5) Risco eminente à Saúde da população. O profissional graduado executa procedimentos complexos, que, se mal executados, representam risco de morte ao paciente. São procedimentos como sondagem naso-gástrica, aspiração orotraquial, sondagem vesical de demora, picc (cateter venoso central com inserção periférica), coleta de gasometria, entre outros.

 Fonte: Cofen