Sindicatos assinam documento para pressionar Estado a realizar repasses a hospitais no prazo

Sindicatos assinam documento para pressionar Estado a realizar repasses a hospitais no prazo


Publicado em: 27/09/2016 22:30 | Autor: 337

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Sindicatos dos trabalhadores da saúde e sindicato dos hospitais irão assinar de forma conjunta uma moção para pressionar o Estado a realizar os repasses aos hospitais filantrópicos em um prazo melhor. O documento também pedirá que os Ministérios Públicos do Estado (MPE), Federal (MPF) e do Trabalho (MPT/PRT/AL) apoiem a causa.

Em reunião no dia 26/09 na sede do Sindicato dos Hospitais de Alagoas (Sindhospital), as entidades discutiram alternativas para tentar reverter a situação de atraso dos pagamentos a hospitais e prestadores de serviço e suas consequências.

O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas (Sateal), Mário Jorge dos Santos Filho, frisou que o atraso não atinge somente as administrações dos hospitais. O atraso vem gerando atraso salarial dos funcionários, o que gera descontentamento dos trabalhadores. Ele lembrou ainda a necessidade da situação ser resolvida o mais rápido possível, já que o final do ano se aproxima e caso não haja um desfecho positivo, os trabalhadores correm o risco de terem salário e 13º atrasados, o que poderia desencadear uma greve.

“É mais que necessário uma ação conjunta para fazer o Estado contratualizar esses repasses. Nós dos sindicatos dos trabalhadores estamos a alguma tempo pedindo socorro ao Ministério Público do Trabalho, depois ampliamos e fomos em busca do MPF. O estado continua dizendo que não há atraso, mas imaginem só como seria uma situação caótica virar o ano nesta situação”, afirmou.

Já o presidente do Sindhospital, Glauco Manso, falou dos prejuízos gerados a cada dia de atraso no repasse vindo do Estado e destacou ainda a necessidade de se realizar o pedido de forma unificada. “Em encontro recente com a secretária de Saúde explicamos que somos 90% SUS. O Estado possui uma situação difícil na saúde, mas nós também estamos numa sinuca”, disse.

Já o diretor do Hospital Sanatório, Júlio Bandeira, falou da necessidade de se mobilizarem todos os hospitais em torno dessa questão para tentar mostrar ao Estado as dificuldades passadas por todos e com a ajuda da Justiça conseguir mediar a situação.

“Precisamos ir aos hospitais fazer novas mobilizações, assembleias permanentes. A expectativa é conseguir mediar essa situação na Justiça. Precisamos ter prioridade”, disse. 

Estado não quer ser responsabilizado por crise em hospitais

Reunião aconteceu após os hospitais noticiarem ao Ministério Público do Estado as dificuldades referentes ao prazo de repasse pelas Secretarias de Saúde, o que vem gerando problemas de ordem trabalhista.

Ficou definido da reunião que o Estado irá apresentar, no prazo de 20 dias, um relatório com as competências pagas em 2014 e 2015 e 2016, contendo a data da apresentação dos relatórios pelos Hospitais Filantrópicos da capital e data em que foi realizado o repasse, bem como as contratualizações.

O Hospital do Açúcar, por exemplo, justificou que não possui capital financeiro para se manter durante o atraso dos pagamentos.

O Estado não quer ser responsabilizado pela crise na unidade. A secretária de Saúde, Rosângela Wyszomirska, disse que conhece de perto a forma como os hospitais filantrópicos são administrados já que também já atuou como auditora de diversos hospitais e que os hospitais da capital passam por uma crise sazonal, o que vem ocorrendo em todo o país.

A gestora da Sesau relatou ainda que ao assumir a pasta encontrou dívidas em torno de R$ 100 milhões, referentes ao ano de 2014 e anos anteriores. Em 2015, segundo relatos da secretária, foram pagos em torno de R$ 20 milhões, dando prioridade a alguns hospitais e fornecedores. Ela justificou ainda que apesar de Maceió cortar 30% dos recursos para a Saúde, o Estado manteve e em alguns casos aumentou o repasse para hospitais do interior e que o papel do Estado seria garantir saúde e não salvar financeiramente os hospitais.

Com relação aos atrasos deste ano, Wyszomirska disse que ficou acordado ser pago a fornecedores e hospitais apenas o que fosse produzido já que houve atraso na aprovação do Orçamento e que o Hospital do Açúcar vinha sendo priorizado como o primeiro a receber. 

Ascom Sateal