Unidades Básicas de Saúde estão sucateadas, aponta relatório do CFM

Unidades Básicas de Saúde estão sucateadas, aponta relatório do CFM


Publicado em: 15/07/2016 18:26 | Autor: 337

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Não há novidade em afirmar que as condições de trabalho nas unidades de saúde públicas do país muitas vezes beiram o caos. Situação difícil tanto para a população que depende dos serviços como para a equipe médica que precisa trabalhar com uma estrutura precária. Dados divulgados em julho pelo Conselho Federal de Medicina apontam que de um total de 1.266 unidades básicas de saúde (UBS) do Sistema Único de Saúde (SUS) visitadas durante um ano pelo país, ficou constatado que em 739 unidades havia mais de 30 itens em desconformidade.

A maioria dos estabelecimentos visitados fica nas regiões Norte e Nordeste. O enorme descaso transparece em contextos incompatíveis com a dignidade exigida no atendimento dos pacientes. Por exemplo, o levantamento apontou que 5% dos consultórios não garantiam a confidencialidade das consultas e 11% das unidades não possuíam sala de espera. Em algumas unidades fiscalizadas (17), não havia sequer consultório médico. “Sabíamos que a situação era precária, mas agora, com a informatização da fiscalização, comprovamos em números o quanto a assistência básica está abandonada”, afirmou o presidente do CFM, Carlos Vital.

Chamou a atenção dos fiscais a ausência de instalações mínimas em locais onde a limpeza é fundamental: em 3% das UBS visitadas não havia sanitários para os funcionários; em 8% faltavam pias ou lavados; a falta de sabonete líquido foi percebida em 16% e de papel toalha em 18%.

Em 41% das unidades não havia a presença de um negatoscópio, aparelho necessário para avaliar uma radiografia. A falta de estetoscópio dentre os itens próprios dos estabelecimentos foi registrada em 23% dos casos e o do esfigmomanômetro em 20%. Os Conselhos Regionais ainda verificaram que em 87 unidades (6%) os médicos não contavam nem com termômetros para trabalhar.

Mesmo sendo locais para a realização de consultas e procedimentos básicos, algumas das unidades de saúde visitadas deveriam ser equipadas para dar suporte inicial a pacientes em situações graves. No entanto, 68% dos 568 estabelecimentos visitados que tinham a obrigação de oferecer as condições para esse atendimento emergencial não tinham desfibrilador ou outros aparelhos para socorrer pacientes com paradas cardíacas.

Faltavam ainda oxímetros (em 52%), aspiradores de secreções (62%), cânulas naso ou orofaríngeas (61%), laringoscópio com lâminas adequadas (58%), sondas para aspiração (52%) e ressuscitador manual do tipo balão inflável com reservatório e máscara (47%) apontou o Conselho. 

Ascom Sateal - Com informações Portal Médico